sábado, novembro 29, 2008

Então tá! um dia a "solidariedade" tinha q bater na tua porta!


Fico perplexa ao ver o que as pessoas chamam de solidariedade.


Todo mundo se dispõe e se indgina com a situação... todo tipo de donativo vem sido doado. Velhos, novos, em bom estado, em ótimo estado. E os “doadores” são vistos como solidários. Posso imaginar vários significados para a palavra “solidariedade”, mas desculpem-me os comovidos, guardar, guardar, somar, economizar, gastar, consumir, e no dia em que aparece uma tragédia deixar de consumir para doar, não me parece nada solidário....


Quer dizer que tudo isso que foi doado, estava lá, esperando uma tragédia para ser doado?
Famílias inteiras, que viviam a beira da pobreza, catando lixo para comer, que “não tinham nada” mas “perderam” tudo, vão voltar a viver a beira da pobreza e ninguém vai voltar até lá para ver se estão vivendo dignamente.


Ouvi muita gente dizendo: doei tudo que podia! Gastei todas as minhas reservas! Tirei do meu guarda roupas até algumas roupas que não pensava em doar!
Quer dizer então que todo mundo tinha alguma coisa para doar, mas não fazia? Se um mutirão deste acontecesse uma vez por ano, só uma, numa época boa, em que não houvesse acontecido nenhuma catástrofe, será que não teríamos TODOS uma vida mais digna? Se todos fossem solidário todos os dias, com ou sem catástrofe, teríamos com certeza uma divisão mais justa. Faço doações constantes, por isso não tenho nada para tirar do meu guarda roupas. Em cada construção que faço, dou um jeito de ajudar alguém a construir também. Penso sempre antes de consumir na real necessidade deste consumo. Não tenho roupas de grife, e não me importo em usar roupas que já têm mais de uma década. Procuro ajudar sempre, quem merece, e também quem não merece. Quem perdeu, e também quem ganhou.

Por mais que me esforce, não consigo comover-me com hipocrisia, e para mim, o que está acontecendo não é nada demais. Tem gente se impressionando com a solidariedade.
Isso para mim não é solidariedade, isto é OBRIGAÇÃO.

Deveria fazer parte dos “DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO” ajudar e ser ajudado. Quantas vezes, você passeando com seu carro, viu uma família cansada, o pai suado carregando os filhos choramingando, e não parou para oferecer uma carona?
Quanta gente passando fome, sendo humilhada, passando por situações difíceis ou passando frio, cruzamos todos os dias e nem sequer percebemos.

Deixo então um apelo para os que descobriram a “SOLIDARIEDADE” agora. Não desistam dela! Quando entrarem em uma loja, para comprar o que quer que seja, lembre de doar outra, mas não aquela que não te serve mais, que está velha e usada, e sim aquela em bom estado, não guarde nada até ficar em “mau estado”. Quanto mais você acumular, mais o seu vizinho vai ter para não perder. Quando pensar em pagar R$ 200 por uma janta, lembre-se que tem famílias que precisam usar estes mesmo R$ 200 para comer um mês inteiro. Se conseguíssemos frear o consumo, e aumentar o número de solidários, teríamos um mundo mais cheio de paz, pois sentimentos, como a ganância, a inveja, a inquietação, a vontade de ter o que é do outro, o sentimento de injustiça, diminuiria e nós “solidários” pararíamos de aumentar as tão faladas “diferenças sociais” que constumam alimentar a fúria dos marginais, e quem sabe alcançássemos a tal “não violência”.